Livro dos Espíritos - Questão 1 e o Capitulo 1

Allan Kardec : a primeira questão e capítulo I do Livro dos Espíritos


Com muita humildade e cientes da nossa pequenez, consagrando respeito e reconhecimento ao grande Codificador Allan Kardec, observamos nesta mensagem que também ele foi teve dúvidas e se questionou sobre decisões importantes, como por exemplo; Por onde começar?

Contudo apoiando-se no seu nobre bom senso, eleva o seu pensamento e se inspirando nas boas energias daqueles que o amparavam espiritualmente, toma a decisão mais correta para iniciar e dar corpo á grande obra basilar do primeiro livro da codificação espírita.

Aos dias de hoje e passado mais de meio século, o impacto que causa em nós quando lemos a primeira questão do Livro Dos Espíritos é algo que nos deve de imediato impor a pergunta: Compreendemos bem a resposta dos Espíritos Superiores á primeira questão?

Analisando ainda a pergunta, vemos que o codificador ponderou bem, a formulação é extraordinária, - Que é Deus ? o mais fácil seria - Quem é Deus ? somente a alma nobre de Allan Kardec para esta diferenciação de questão, sendo a segunda algo complicada uma vez que não se pode compreender ou atribuir uma definição a algo cujo a dimensão ainda não nos é perceptível.

Na resposta a espiritualidade amiga que presidia no trabalho rigoroso, transmite a resposta, sem duvida, sábia e de clareza ímpia, com simplicidade de conseguir estar ao alcance da nossa ainda limitada compreensão.

Devemos nos deter um pouco na análise da mensagem aqui apresentada e assim lhe extrair todo o contexto e ensinamento, bem como compreender todo o conteúdo do primeiro capítulo do Livro dos Espíritos .

Impressão Espírita - João Paulo - 26/05/2020


O PRIMEIRO CAPÍTULO

Allan Kardec, o respeitável professor Denizard Rivail, já havia organizado extensa porção das páginas reveladoras que constituem O Livro dos Espíritos.

Devotado observador, aliara inteligência e carinho, método e bom senso na formação da primeira obra que lançaria os fundamentos da Doutrina Espírita.

Não desconhecia que a sobrevivência da alma era tema empolgante no século. Entretanto, apontamentos e experimentações, em torno do assunto, alinhavam-se desordenados e nebulosas. Os fenómenos do intercâmbio, pareciam ameaçados pela hipertrofia de espectacularidade.

Saindo de humilde vilarejo da América do Norte, a comunicação com os Espíritos desencarnados atingira os mais cultos ambientes da Europa, originando infrutífero sensacionalismo. Era necessário surgisse alguém com bastante coragem para extrair do labirinto a linha básica da filosofia consoladoras que os fatos consubstanciavam, irrefutável e abundantes.

Advertido por amigos da Espiritualidade de que a ele se atribuía, em nome do Senhor, a elevada missão de codificar os princípios espíritas, destinados à mais ampla reforma religiosa, pusera mãos ao trabalho, sem cogitar de sacrifícios. E adoptando o sistema de perguntas e respostas, conseguiria vasta colheita de esclarecimento e de luz.

Guardava consigo preciosas anotações acerca da constituição geral do Universo, surpreendente informes sobre a vida de além-túmulo e belas asserções definindo as leis morais que orientam a Humanidade.

O material esparso equivalia quase que praticamente ao livro pronto. Contudo, era preciso estabelecer um ponto de partida. O primeiro compêndio do Espiritismo, endereçado ao presente ao futuro, não podia prescindir de sólidos alicerces.

E, debruçado sobre a mesa de trabalho, em nevada noite do inverno de 1856, o Codificador interrogava a si mesmo: - Por onde começar? Pelas conclusões científicas ou pelas indagações filosóficas? Seria justo desligar a Doutrina, que vinha consagrar o antigo ensinamento do Cristo, de todo e qualquer apoio da fé, na construção das bases que lhe diziam respeito?

O conhecimento humano!... - pensava ele - não se modificava o conhecimento humano todos os dias?... As ilações filosófico-científicas não eram as mesmas em todos os séculos... E valeria escravizar o Espiritismo à exaltação do cérebro, em prejuízo do sentimento?

Atormentado, via mentalmente os homens de seu tempo e de sua pátria extraviados na sombra do materialismo demolidor...

A grande revolução que pretendera entronizar os direitos do Homem ainda estava presente no ar que ele respirava. Desde 2 de Dezembro de 1851, o governo de Luís Napoleão, que retomava as linhas do Império, permitia prisões em massa, com deliberada perseguição aos elementos de todas as classes sociais que não aplaudissem os planos do poder. Muitos membros da Assembleia haviam sofrido banimento e mais de vinte mil franceses jaziam deportados, muitos deles sem qualquer razão justa. Homens dignos eram enviados a regiões inóspitas, quando não eram confiados, no cárcere, à morte lenta.

O pensamento do missionário foi mais longe... Recordou-se de Voltaire e Rousseau, admiráveis condutores da inteligência, mas também precursores da ironia e do terror. Lembrou Condorcet, o filósofo e matemático, envenenando-se para escapar à guilhotina, e Marat, o médico e publicista, assassinado num banho de sangue, quando instigava a matança e a destruição.

Valeria a cultura da inteligência, só por si, quando, a par dos bens que espalhava, podia desmandar-se em sarcasmo arrasador e loucura furiosa?

Com o respeito que ele consagrava incondicionalmente à Ciência e à Filosofia, Kardec orou com todo o coração, suplicando a inspiração do Alto. Erguia-se-lhe a prece comovente, quando raios de amor lhe envolveram o espírito inquieto e ele ouviu, na acústica da própria alma, vigoroso apelo íntimo: - "Não menosprezes a fé!... Não comeces a obra redentora sem a Bênção Divina!...".

E o Codificador, nimbado de luz, com a emotividade jubilosa de quem por fim encontrara solução o terrível problema, longamente sofrido, consagrou o primeiro capítulo de O Livro dos Espíritos à existência de Deus.

Irmão X - Doutrina- Escola - Chico Xavier
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora