Dia do Pai - 19 de Março

Dia do PAI

"...Os pais, como bons cultivadores da moral,
devem plantar no coração dos filhos as
sementes de tolerância e do bom entendimento..."

Para os Pais , Nós que somos Filhos e também Pais


O pai, enquanto homem num corpo físico material, composto por milhares de células numa organização complexa, é o canal que Deus se utiliza para entregar o espírito, criado por Ele para ser orientado na sua estadia transitória, reencarnado em novo corpo físico para realizar mais um processo de trabalho depurativo e elevação. Tal como a mãe, ele terá que prestar contas a Deus do filho que lhe foi entregue para ser amparado, educado, protegido e amado na grande experiência da paternidade.

No retorno dos pais à verdadeira vida, Mundo Espiritual, certamente terão que responder através de suas consciências às questões que se lhe impõem: "Que fizestes do filho que Deus te concedeu às tuas mãos para encaminhá-lo no caminho do bem, para que ele aproveitasse satisfatoriamente a oportunidade reencarnatória?"

A missão da paternidade não se resume somente a oferecer o corpo material, mas sustentar, amparar, dar segurança, educar, moldando o seu carácter estimulando o desabrochar das potencialidades divinas incrustadas no âmago desse espírito imortal, enfim, amá-lo e reconduzi-lo para Deus.

Na questão 582 do "O Livro dos Espíritos" Allan Kardec indaga da seguinte forma:

582. Pode-se considerar como missão a paternidade?

"...É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro..."

A resposta é clara e objectiva, realçando a responsabilidade na vida futura para os intervenientes, na nossa actual sociedade é de grande importância esta missão da paternidade, não podendo deixar também de enquadrar a responsabilidade da mãe neste processo conjunto da formação do espírito enquanto criatura em evolução.

Contudo observamos que nem todos os Pais se empenham na sua missão de coração aberto e dedicado, desleixando-se nas suas obrigações e compromissos para com a Divindade, na educação e formação dos seus filhos, colhendo assim mais tarde os desajustes do seu desprendimento na paternidade.

Sem qualquer dúvida, o Pai e a Mãe, são pilares fundamentais da família e na educação dos filhos, pois cada um tem um papel determinante na estrutura emocional do seu filho, cada um deles tem algo diferente a transmitir na sua formação, que no fundo se complementam.

O Pai deverá ser o exemplo digno, nessa posição a sua postura irá interferir directamente no desenvolvimento da criança, em especial no seu carácter. Devendo também ser equilibrado nas suas emoções e orientações enquanto "modelo".

E se por alguma razão estamos a falhar enquanto pais e já identificamos a situação, então podemos sempre recomeçar, a hora é agora não depois...

Raul Teixeira - Ilustre Espírita e Médium, tem registado no seu Livro Vereda Familiar :

"...Mas não olvides de que todas as suas orientações, palavras e ensinos se esboroarão, ruirão por terra , se você apenas quiser ensinar, sem que viva, nobremente os ensinos que ministra..."

O autoritarismo paternal, " militarista" e inflexível, é como uma arma de corte sem cabo, já nos estamos a magoar só de lhe pegar, o filho sob este "jugo" se sentirá reprimido, limitado nas suas acções, incapaz de socializar, com o decorrer do tempo se mostrará mais negativista com tendência a eventuais abusos no álcool e até mesmo nas drogas, emocionalmente pouco equilibrado desenvolverá eventuais dificuldades de aprendizagem escolar.

No sentido oposto verifica-se Pai Permissivo, demasiado indulgente, leviano que não impõem qualquer limite ou regras nas acções dos seus filhos, promove assim desajustes de comportamento do seu filho na sociedade.

Quando já adolescentes esses filhos se acham no direito de tudo, "somos jovens , temos que viver a vida" será uma espécie de vale tudo, onde na sua estreita e entolhada visão só existem direitos e nada devem aos deveres. Estão criadas as "boas" condições para os desequilíbrios sociais, onde os problemas com a sociedade se revelam principalmente com as forças policiais, acidentes e desacatos, bebidas alcoólicas sem controlo, busca de prazeres desenfreada e os transtornos e ansiedades se revelam nas suas frágeis personalidades.

Constatamos também aquele pai indiferente, negligente que não se envolve ou participa no crescimento da sua prol. Isso leva o filho, geralmente, a um comportamento agressivo e delinquente, com transtorno de conduta que viola as regras sociais mais básicas e os direitos dos outros. A sua postura não se enquadra em qualquer momento da viva social ou familiar sendo mesmo perturbador com as suas atitudes desestabilizadoras quando está presente nesses momentos.

Como verificamos é de alto relevo a presença e acção paternal, na construção emocional da criança, cada situação de vida é um momento de transmissão e aquisição de valores.

O pai deverá estar sempre atento para identificar as tendências e imperfeições dos seus filhos, agindo sua na correcção de forma continua, mas usando a mestria da paciência e diálogo construtivo condicionando essas questões com firmeza e amparadas de ternura, realizará um corte na base do problema.

A coerência e justiça são pontos fundamentais na educação, a recompensa ou punição devem sempre ser acompanhadas de "bondade" a frieza é distanciadora da educação e bom ambiente familiar.

A explicação de cada acção e decisão do Pai , têm peso no entendimento e aceitação a quem se dirige a questão, compreender e dar a entender que todas as nossas decisões, estão sujeitas à Lei de Acção e reacção, é ponto de partida fundamental, enquadrar e estimular esse entendimento na educação será meio caminho percorrido para o sucesso.

Como é lógico o Pai é uma criatura também em evolução e erra, pois não esta isento dessa circunstancia, sendo importante reconhecer que errou e assumir esse facto não irá enfraquecer a sua "autoridade" paternal, muito pelo contrario, a verdade e sinceridade ficam registadas na memoria dos filhos e essas sementes cresceram, o pai mostra, que também ele ainda está apreender e a crescer enquanto criatura e espírito imortal.

O lar é a base da estrutura familiar, escola e oficina onde o cadinho modelador de caracteres irá transformará cada um dos seus elementos presentes nesse castelo de protecção.

Bom relacionamento familiar, tolerância, bondade, com base no principal fundamento, o Amor, são o alimento duradouro para o bom desenvolvimento familiar.

Cada criança tem o seu compasso de tempo e crescimento, os filhos não são todos iguais, pois carregam consigo também um passado milenar, as suas características são únicas e estarão de acordo com a sua maturidade espiritual, fruto das reencarnações passadas na sua dimensão espiritual.

Os pais não devem apressar ou acelerar as vivências de cada um dos filhos, é necessário tempo e espaço para assimilar conhecimentos e viver cada momento, cada brincadeira, elementos de diversão, atribuição de responsabilidades ou exigência devem estar de acordo com a maturidade de cada filho, sob pena de os fazer saltar momento únicos na sua vida e impedimos assim essa aprendizagem que lhes fará falta no momento seguinte.

Cada passo e momento em conjunto, familiar, são um amealhar de ensinamentos , vivências de grande valor emocional.

O sentido de perder, ganhar, alegria, tristeza, dar, receber e agradecer são factores fundamentais na estrutura emocional do filho.

Tudo isto pode ser transmitido no mundo da brincadeira com o pai, passear no parque a pé ou bicicleta, andar num bosque em plena natureza, observar o mar, os pássaros , sentir o Sol e vento e outros elementos da natureza, também utilizar as tecnologias disponíveis, sendo de rigor saber quantificar tempos para tudo.

Em paralelo a tudo isto não podemos deixar de acompanhar o crescimento dos filhos sem lhes transmitir os ensinamentos do Mestre Nazareno, a Luz do esclarecimento e racionalidade da Doutrina Espírita que se apresenta como a mais objectiva e indicada à compreensão da jovialidade dos mais pequenos.

O ensinamento Cristão tem uma base transversal a todos os acontecimentos da nossa vida, aplicá-los será dar força e vigor à vida, sendo na forma individual que se constrói uma razão colectiva pelo exemplo.

A todos os Pais, desejos de um Bom dia do PAI, e a todos os Filhos não esqueçam que um dia também serão PAIS.

Dedicado ao meu Pai e ao meu Avô que sempre considerei como um PAI.

Luz, Paz e Harmonia, que os Bons Espíritos vos auxiliem, sendo o reencontro uma certeza.

Com amor e carinho do vosso e sempre filho e amigo - João Paulo.

Impressão Espírita - João Paulo - 19/03/2021

Tema abordado com auxílio do texto de Gládis Pedersen

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